domingo, 26 de abril de 2009

Encravada entre Sexta à noite e Sábado antes de chegar a casa

Sexta-feira à noite.
São 5h da manhã e eu
estou sentada numa escadaria qualquer
à porta de um bar que não conheço.
Os meus pés teimam em doer
e cheira a vómito aqui ao lado.
Está escuro na rua: a luz do candeeiro tremelica.
Imagino que, como eu, tem frio.
Não se vê uma única estrela no céu.


Sinto-me demasiado preguiçosa para pensar
no quanto gosto de ti
(efeito da bebida com grau alcoolico, de certeza),
apenas desejo um beijo teu na minha testa
e que deites a tua cabeça no meu colo.
O resto da noite pode ser passado a brincar com o teu cabelo.
Depois, quando o sol acordar,
voltas a dar-me um beijo
e sem dizeres uma so palavra
(para não estragar a poesia do momento)
vais embora.


Sexta-feira à noite.
São 5h22m da manhã
e eu continuo sentadas nas mesmas escadas
com cheiro a vómito.
As núvens insistem em tapar o céu
e o candeeiro continua a tremelicar.
Mas eu não. Já não sinto frio
e a rua até me parece bastante bonita.
Quase que posso sentir um beijo
vindo de não sei bem onde,
a poisar na minha testa.
Um sorriso estampa-se nos meus lábios.
Não é esta a noite mais linda de sempre?